Quem precisa de terapia?
Qualquer pessoa que tenha acesso à internet e esteja interessada em explorar seus pensamentos, emoções e comportamentos pode se qualificar para fazer análise com um psicanalista online. Não é necessário ter um problema psicológico investigado; a análise pode ser útil tanto para quem enfrenta dificuldades emocionais quanto para quem busca equilíbrio e melhor qualidade de vida.
É importante que o indivíduo fique confortável com a ideia de se comunicar virtualmente, já que a interação ocorre por vídeo, áudio ou texto. Além disso, é fundamental contar com um ambiente privado durante as sessões, onde o paciente possa se manifestar livremente sem interferências externas,
o que garante total confiança e sigilo de seu terapeuta.
Pessoas que valorizam a flexibilidade, como aquelas com horários restritos,
que vivem em locais onde não há psicanalistas disponíveis, ou que preferem evitar modalidades tradicionais ou acadêmicas, podem se beneficiar especialmente desta alternativa online que ofereço aos meus pacientes. Porém, algumas situações podem exigir encontros presenciais, como quadros mais graves que necessitam de acompanhamento multidisciplinar. Nesse caso, como psicanalista,
eu posso orientar mais amiúde os meus pacientes a tomarem decisões
quanto ao tipo de profissional médico que devem procurar.
O que é ser normal para Freud?
Para Freud a psicanálise assume que a normalidade, em si, inexiste como estado de harmonia ou plenitude, pois o conflito e a divisão são constitutivos do sujeito.
Qualquer pessoa interessada em entender melhor a si mesma, seus pensamentos e emoções, pode fazer análise com um psicanalista. Não é preciso ter um problema psicológico específico ou um diagnóstico. A análise é indicada para quem busca resolver conflitos internos, lidar com sofrimentos emocionais ou simplesmente aprofundar o autoconhecimento. Falo para meus pacientes que o mais importante é estarem dispostos a falarem sobre si, refletirem e participarem do processo de uma nova formação de suas estruturas psicológicas solucionando conflitos e/ou traumas que impeçam a conquista do que consideram felicidade.
Dentro do critério criminológico, normal é o homem que não transgride as leis. Finalmente, o critério médico-legal fala em normalidade no caso em que o indivíduo é capaz de dirigir civilmente as suas ações e pode ser imputado responsável pelos seus atos. Dentro do critério psicanalítico não se fala em normalidade.
• COMPANHEIRISMO •
O companheirismo desempenha um papel fundamental na vida de casais idosos, especialmente quando enfrentam desafios emocionais, físicos ou psicológicos que podem surgir com o avanço da idade. Para esses casais, o vínculo afetivo construído ao longo dos anos pode ser uma fonte vital de conforto, apoio e resiliência diante de dificuldades. No contexto do apoio psicanalítico, o companheirismo não só reforça os laços emocionais, mas também promove a compreensão mútua, a empatia e a aceitação das mudanças que ocorrem no envelhecimento.
A psicanálise pode ajudar a explorar e fortalecer esse companheirismo, ajudando o casal a reconhecer padrões de interação que podem ter se tornado desgastantes ao longo do tempo. Também é possível trabalhar questões como a aceitação de limitações físicas ou emocionais, o manejo do sentimento de perda ou medo da solidão e a redescoberta de interesses compartilhados.
O companheirismo, nesse sentido, funciona como um amortecedor emocional, reduzindo os impactos do estresse e promovendo uma sensação de pertencimento e valorização. Ele também favorece a cooperação em momentos de necessidade, como em cuidados com a saúde ou decisões importantes. Além disso, o fortalecimento do companheirismo pode gerar benefícios como a diminuição de conflitos, o aumento da qualidade do diálogo e uma vivência mais plena e harmoniosa do envelhecimento em conjunto. O apoio psicanalítico, ao valorizar a história e a singularidade do casal, ajuda a revitalizar essa conexão essencial.
• RESISTÊNCIA •
O principal argumento das pessoas jovens para não fazerem análise psicanalítica costuma ser a percepção de que "não têm problemas graves o suficiente" para justificar o acompanhamento. Muitos jovens associam a psicanálise a questões intensamente complexas ou traumáticas, acreditando que a terapia é direcionada apenas para quem enfrenta crises profundas ou distúrbios emocionais evidentes.
Além disso, outros fatores frequentemente citados incluem a falta de tempo, especialmente em uma fase da vida marcada por múltiplos compromissos, como estudos, trabalho e socialização. Também há uma visão, por vezes equivocada, de que a psicanálise é um processo longo e inacessível, tanto em termos de duração quanto de custo financeiro.
Outro argumento comum é a preferência por abordagens terapêuticas mais "pragmáticas" e rápidas, como a terapia cognitivo-comportamental, que muitas vezes é percebida como mais alinhada às necessidades imediatistas da vida moderna. Essa visão pode estar associada à expectativa de resultados rápidos e à dificuldade de se engajar em uma exploração mais profunda da subjetividade, característica central da psicanálise.
• SUICÍDIO •
A psicanálise pode desempenhar um papel significativo no cuidado de pacientes potencialmente suicidas, oferecendo um espaço seguro para explorar as origens profundas do sofrimento psíquico e criando uma oportunidade para o resgate do desejo de viver. O foco é a escuta empática e sem julgamento, permitindo que o paciente expresse seus sentimentos mais intensos e conflitantes.
Embora a psicanálise tenha uma abordagem reflexiva e não prevista, é crucial que o analista esteja atento aos sinais de risco imediatos. Em tais casos, medidas práticas, como a busca de suporte psiquiátrico ou a comunicação com familiares, podem ser úteis para preservar a vida do paciente durante o trabalho terapêutico.
As minhas abordagens com pacientes encaminhados por médicos especialistas, obedecem princípios técnicos com referência no que existe de mais atual nas pesquisas e estudos científicos sobre a saúde mental de pacientes com tendências suicidas ou já possuidores de um prontuário com registros de tentativas de suicídio.
Criação de um vínculo terapêutico sólido
Este é o alicerce do meu trabalho psicanalítico, especialmente com pacientes em risco de suicídio. Um vínculo terapêutico sólido que eu construo a partir de uma escuta atenta e empática, onde busco demonstrar um sincero acolhimento, respeito e ausência de julgamento. Isso permite que o paciente se sinta seguro para expressar seus pensamentos e emoções mais difíceis, muitas vezes escondidos de outras relações. Esse vínculo oferece uma base para o paciente perceber que não está sozinho e pode contar comigo, ajudando-o a reduzir o isolamento emocional que frequentemente o acompanha na vida.
Exploração do inconsciente
A psicanálise trabalha para acessar conteúdos inconscientes que podem estar relacionados ao sofrimento psíquico do paciente. No caso de pacientes suicidas, isso inclui investigar desejos reprimidos, conflitos internos, traumas passados e fantasias inconscientes que podem alimentar o desejo de morte. Através da fala livre e da interpretação de gestos e palavras repetidas dos pacientes, procuro ajudá-los a darem sentido ao que estão reprimindo ou não verbalizado, promovendo assim a elaboração desses conteúdos de maneira a aliviar pesos emocionais carregados de mágoas e, não raro, desejos de vinganças.
Trabalho com ambivalência
Pacientes potencialmente suicidas frequentemente apresentam sentimentos ambivalentes em relação à vida e à morte. Essa ambivalência pode ser explorada no processo analítico como uma oportunidade de resgatar o desejo de viver. Eu não pressiono e nem forço uma escolha ou uma direção, mas ofereço um espaço seguro para que o meu paciente expresse e compreenda essas contradições internas. Ao lidar com essa ambivalência de forma respeitosa, é possível ajudá-los a refletirem e sustentarem partes de si que ainda buscam sentido e conexão com a realidade.
Reconstrução do sentido de vida
Muitas vezes, o sofrimento suicida está relacionado à perda de significado na vida. A psicanálise trabalha para ajudar o paciente a identificar ou resgatar aspectos que possam trazer propósito ou satisfação, sejam eles relações, interesses, ou valores. Esse processo não é imposto, mas emerge gradualmente através da escuta e da reflexão sobre a singularidade do paciente. Reconstruir o sentido de vida envolve reencontrar desejos e possibilidades que permitam ao paciente enxergar a continuidade de sua existência como algo viável e, eventualmente, de um ser único para a sociedade, família e amigos.
Articulação com outros cuidados
Em situações de risco elevado, é crucial que a psicanálise seja integrada a outros tipos de cuidados, como acompanhamento psiquiátrico, uso de medicação, ou suporte de uma equipe multidisciplinar. Enquanto o trabalho psicanalítico aborda os aspectos profundos e subjetivos do sofrimento, procedimentos mais práticos e imediatos podem ser úteis para proteger a vida do paciente. Isso pode incluir estratégias de contenção, suporte familiar e monitoramento constante. Essa parceria garante uma abordagem mais ampla e eficaz, respeitando a singularidade do paciente sem negligência sua segurança imediata.
Esses tópicos, que procuro aplicá-los bem, ajudam a sustentar o paciente em um momento de profunda vulnerabilidade e oferecem caminhos para uma proteção mais saudável de sua relação com a vida.